"Elvis conhecia mais músicas de Blues do que a maioria no ramo" - B.B.King

terça-feira, 29 de abril de 2008

Lansky Brothers e o lado fashion de Elvis

O encantamento de Elvis pelo estilo "fashion" começa muito cedo em sua vida e prossegue até os derradeiros dias. O primeiro pacto com um fashionista foi justamente com o estilista mais ousado de Memphis, Bernard Lansky, dono da loja Lansky Brothers. "As pessoas me diziam que nós estávamos ficando loucos em Beale Street, mergulhando na promoção de alta moda", lembra Lansky. Outras lojas em Beale Street vendiam simplesmente calças de quatro botões para fazendeiros e vestidos de algodão para senhoras. A de n.º 126 (dos irmãos Lansky) vendia roupas "doidas", malas e jóias personalizadas. Lansky sempre foi fascinado pela moda, e começou a angariar clientes entre os entertainers.

Um dia, Lansky viu um garoto magro com "cabelo maluco e olhos que faziam você olhar duas vezes" rondando sua vitrine. Ele não tinha dinheiro, Bernard sabia, mas isso nunca o impediu de ganhar um cliente. "Hey, garoto, por que não entra?", lembra-se de ter dito a Elvis. "Ele olhava tudo, como um garoto numa loja de doces". O comerciante o fez experimentar os ternos, os jeans pretos sem bolsos traseiros, sapatos de couro de jacaré de US$ 65. "Mas, senhor Lansky, eu não tenho dinheiro", disse-lhe Elvis. "Mas eu digo ao senhor: quando ficar rico, vou comprar sua loja". Por alguma razão, Lansky gostou daquele garoto e respondeu: "Só compre meus produtos, não quero que me desaloje daqui". Elvis voltou à loja e gastou US$ 3,95 em uma camisa.

Uma biografia simples de Elvis Presley

1935
Às doze horas do dia 8 de Janeiro, nasce em East Tupelo, Estado do Mississippi, Estados Unidos, Elvis Aron Presley, filho de Vernon Elvis Presley e Gladys Love Smith Presley. Seu irmão gêmeo idêntico, Jesse Garon Presley, não sobrevive.

1936
Um grande tornado atinge a pequena Tupelo e por muito pouco a casa dos Presley não é arrastada. Os tempos são muito difíceis para eles e Elvis vive sua infância nas ruínas da cidade.

1937
Começa a freqüentar a "Igreja da Primeira Assembléia de Deus", onde sua família ora por dias melhores. Ali, ele tem seu primeiro contato com a música "Gospel". Não raro, o pequeno Elvis corria para junto do coro da igreja, fascinado pelo que vê e ouve.

1938
Embora assíduos freqüentadores das reuniões e passeios promovidos pela igreja, os Presley não são fanáticos religiosos. Buscam tão somente o relacionamento, orientação e conforto necessários para enfrentar o dia-a-dia. Elvis mostra-se uma criança simples, cujas normas de educação, baseadas nos conceitos de humildade e respeito, são ditadas por sua mãe.

1940
Início de seus dias escolares e sua mãe o acompanha diariamente até a escola (prática que o acompanharia até seu último dia de "High School") .

1941-1943
Muitas separações marcaram grande parte dos anos de guerra para os Presley. Vernon transfere-se de Tupelo para Memphis, Estado de Tennessee. Diante da proibição de crianças nos condomínios populares que visita, decide separar-se provisoriamente da esposa e do filho. Essa prática não apresenta resultados e Vernon volta para casa.

1944
Este é o período em que Elvis se apresenta com sua primeira namorada, Caroline Ballard, filha de um pastor. O namoro termina com a mudança da família da garota para a cidade de Jackson, Estado do Mississippi.

1945
Elvis canta para sua classe e a professora, impressionada, leva o menino ao diretor da escola. Este por sua vez o inscreve na feira anual Mississippi-Alabama num concurso de talentos, que é transmitido por uma rádio local.
3 de Outubro - Elvis se apresenta na feira cantando "Old Shep" (música que gravaria mais tarde como profissional). Ganha o segundo prêmio (5 dólares e ingressos grátis para todo o parque) e passa a noite divertindo-se com a ex-namorada Caroline no parque.

1946-1947
Neste período, novas mudanças marcam a vida da família Presley. As dívidas constantes faz com que a família não consiga morar muito tempo no mesmo local. É nesse período que Elvis começa a aprender seus primeiros acordes com o tio Vester, o qual costuma aparecer para tocar violão.

1948
Elvis pede uma bicicleta aos pais, que na impossibilidade de comprar tal presente, sugerem um violão. Desde então, passa a ouvir com maior intensidade o rádio e tentar reproduzir o que ouve: música rural (country-western) e o blues negro. Aos poucos desenvolve o seu estilo que mudaria o mundo.
12 de setembro - A família Presley muda-se definitivamente para Memphis. A situação não melhora e Elvis é matriculado na "L.C. Humes High School". No primeiro ano, o garoto tem dificuldades de adaptação.

1949
Com um ano na Humes, Elvis dá vazão a outra de suas paixões, o futebol americano. Sua mãe não gosta dos riscos deste esporte e pede a ele que esqueça o passatempo. Como sempre, concorda com a mãe.
Nessa época Elvis consegue seu primeiro emprego como lanterninha de cinema, mas uma briga com um colega de serviço faz com que seja despedido. Paralelamente, sua mãe é forçada a deixar seu trabalho de enfermeira devido a problemas de saúde.
O pouco dinheiro que Elvis consegue guardar neste período é gasto em roupas um tanto quanto extravagantes para a época, que compra na loja "Lansky" (especializada em roupas de negros, localizada na famosa "Beale Street"). Até os dias de hoje a "Lansky" é considerada um ponto turístico por suas características peculiares e por ser um dos berços do blues.

1950-1952
Elvis parte para um trabalho de período integral, visando ajudar mais a família, que continua com sérios problemas financeiros. Porém o emprego começa a prejudicar seus estudos e Gladys força o filho a demitir-se. Apesar da saúde deficiente, a mãe retoma seu trabalho como enfermeira.

1953
14 de junho - Elvis recebe seu diploma da High School. Enquanto isso, seu pai também apresenta problemas de saúde e inconstância no trabalho. Um período de grande pobreza para a família.
Primavera - Elvis está trabalhando para a "Crown Electic Company" como motorista de um caminhão de entregas e em seu horário de almoço depara-se com um anúncio de uma pequena gravadora local sobre a possibilidade de gravar uma canção num acetato. Decide entrar e é atendido por Marion Keisker, secretária da gravadora "Sun Records" (cuja subsidiária Memphis Recording Service está fazendo a promoção).
Elvis diz que pretende gravar um disco para sua mãe e indagado sobre o seu estilo, diz : " - Não imito ninguém. "
Ele grava duas canções: "My Happiness" e "That's When Your Heartaches Begin" em dez minutos, paga U$ 4 dólares pelo serviço e leva seu disco (acetato). A secretária deixa um bilhete para seu chefe, Sam Phillips, proprietário e produtor da Sun, com o seguinte texto: "- Elvis Presley...bom cantor de baladas. Guarde isto."
Meses depois, Elvis volta para gravar novamente e o próprio produtor o atende. Ele grava mais duas canções.
Sam Phillips viaja para Nashville e volta trazendo uma canção que pretende gravar com um cantor negro. Sem obter sucesso em localizar o intérprete desejado, é lembrado por Marion do "cantor de baladas". Imediatamente após o telefonema de Sam, Elvis chega e inicia a gravação, sem sucesso. Sam Phillips desiste da canção e fica por volta de três horas com Elvis, ouvindo-o.
Decidido a apoiar o garoto, Sam chama Scotty Moore guitarrista, e Bill Black contra-baixista, para apresentá-los ao cantor. O trio passa a ensaiar por um período e volta ao estúdio para um teste. Durante o teste, nada acontece, porém num dos intervalos, o trio despretensiosamente começa a tocar alguns sucessos da época com ritmos e enfoques diferenciados chamando a atenção do produtor.
Era o nascimento de um novo estilo. Elvis, o branco que cantava como um negro, inicia a sua espetacular trajetória para o sucesso.

1954
5 de julho - Primeira sessão de Elvis no estúdio da "Sun" como artista profissional. Ele grava por quatro dias e entre as canções está "That's All Right", que dá título ao seu primeiro disco.
7 de julho - O disc-jockey Dewey Phillips toca "That's All Right" em seu programa de rádio WHBQ de Memphis. É a primeira vez que o cantor é ouvido no rádio. O sucesso dessa primeira execução faz com que Elvis, seja assediado incessantemente pelos fãs. Data de sua primeira entrevista.
19 de julho - A Sun Records lança o primeiro 'single' de Elvis com "That's All Right" (Mama) no lado 1 e "Blue Moon of Kentucky" no lado 2. Surge a primeira polêmica: os DJs de Country Music não querem tocar o cantor afirmando que a sua música é negra e os negros não o querem porque ele é branco. Embora com sucesso, Elvis ainda está pobre e Sam Phillips chama Bob Neal para empresariá-lo.
10 de agosto - A primeira grande aparição pública de Elvis, foi à tarde na grande concha acústica do Overton Park Shell, e nada acontece de especial. À noite, porém, ele volta e canta suas músicas recém-gravadas e o sucesso acontece. Começam as viagens, as manchetes e os shows.

1955
No início do ano, durante uma de suas apresentações, Elvis é visto por Thomas Andrew Parker (Coronel Parker), que dali em diante seria seu empresário.

1956
Cresce o sucesso do cantor com apresentações em diversas cidades e num dos mais famosos programas de rádio da época: o "Louisiana Hayride".
Quando Elvis se apresenta no programa de "Ed Sullivan" a sua popularidade regional passa a ser nacional. Sua apresentação provoca enormes polêmicas e ele é chamado de obsceno, sendo filmado apenas da cintura para cima quando retorna ao programa. É neste período que é chamado para um teste no cinema e filma "Love Me Tender", a primeira de uma grande série de películas.

1957
Paralelo à música, Elvis participa de mais dois filmes, "Loving You" e "Jailhouse Rock". O Rock'n'Roll é uma mania mundial e o cantor é eleito "O rei", título pelo qual até hoje é reconhecido (apesar dele odiar este titulo, afirmando sempre que só Jesus Cristo é o Rei). Compra a mansão de Graceland (onde irá viver pelo resto de sua vida).

1958
Enquanto o cantor realiza aquele considerado o seu melhor filme "King Creole", vem a convocação para o exército. É neste período que desaparece do cenário musical vários outros ídolos da chamada "Era de Ouro do Rock'n'Roll":
Jerry Lee Lewis (condenado pela sociedade por casar-se com a prima de 13 anos);
Chuck Berry (preso, acusado de envolvimento com menores e drogas);
Bill Halley (por não conseguir repetir o estrondoso sucesso de "Rock Around The Clock");
Little Richard (por declarar-se homossexual e envolver-se com religião);
Buddy Holly e Ritchie Valens (mortos num desastre aéreo), entre outros.
Elvis, por sua vez, além de seu afastamento da vida civil e artística, sofre outra perda irreparável cujos efeitos seriam notados pelo resto de sua vida.
Sua mãe Gladys morre em 14 de agosto, devido a diversos problemas orgânicos resultantes "segundo muitos biógrafos", da enorme depressão causada pela repentina mudança dos padrões de sua vida.

1959-1960
Ao contrário do que se imagina, mesmo com sua ausência e com as mudanças que a cultura em geral volta a ter, Elvis permanece com sucesso e discos (gravados antes da partida para a Alemanha), lançados normalmente, numa manobra executada habilmente pelo empresário Coronel Parker. Elvis conhece durante o serviço militar na Alemanha Priscilla Beaulieu.

1960
Elvis retorna à vida civil. Além de novos filmes, que já começam a dever em qualidade, vai ao Havaí e realiza um grande show beneficente para as famílias das vítimas do ataque a "Pearl Harbor". Seu estilo ainda é rebelde, embora com um repertório mesclado com mais baladas.

1961-1968
Continua a maratona do cantor no cinema e não mais se apresenta em público. Apesar de fracos e sem conteúdo, os filmes de Elvis retratam o jovem da época com muitas garotas de biquínis, praia, surf, casos de amor adolescente, carros incrementados e muitos outros ingredientes típicos, além de serem os precursores do que hoje é chamado de "vídeo-clip".

1967
Elvis casa-se numa cerimônia íntima e secreta em Las Vegas, às 4 horas da manhã, com Priscilla Ann Beaulieu, que já morava com ele em Graceland desde seus 16 anos.

1968
Exatos noves meses após o casamento, nasce a filha única do casal, Lisa Marie Presley. Ao final do ano, o cantor retoma as aparições ao vivo num legendário especial de TV para a NBC (que ficou conhecido como The Come Back Special - O Especial da Volta). O programa bate todos os recordes de audiência e torna-se um "divisor de águas" em sua carreira. Daí em diante, retorna definitivamente aos palcos.

1969
O palco do Las Vegas Hilton recoloca "o rei" em seu trono e isto reforça até mesmo seus discos que passam a ser mais elaborados e superiores às trilhas de filmes que vem gravando.

1970
Elvis volta ao cinema em forma de documentário. O roteiro é argumentado sobre um 'making-of' de suas apresentações em Las Vegas, bastidores e ensaios do cantor.

1971-1972
Motivado pelo sucesso em Vegas, o cantor retoma as suas turnês. "Elvis On Tour" é produzido para o cinema e representa o seu último filme. Em 72, se apresenta no Madison Square Garden de New York, lotando-o nos quatro shows, façanha até então não realizada. Seu casamento termina e, como a perda de sua mãe, nunca foi assimilado emocionalmente. O divórcio influencia seu comportamento dentro e fora dos palcos.

1973
Separado de Priscilla, Elvis realiza um opulento espetáculo no Havaí, inaugurando as transmissões de shows via satélite para o mundo. Ele é visto simultaneamente por mais de 1 bilhão de pessoas, numa audiência superior à primeira descida do homem na lua. Prosseguem as turnês.

1974-1977
Show após show, Elvis segue sua rotina que desde 1969 até junho de 1977 totaliza mais de mil apresentações ao vivo (cerca de uma hora e meia cada).
26 de junho de 1977 - Esta é a data de seu último concerto, realizado em Indianapolis. Nesses últimos anos, o cantor já não apresenta uma silhueta esbelta, e sim, a figura de um homem doente, marcado pela dependência de fortíssimos medicamentos, sofrendo entre outros males de glaucoma, problemas de cólon, problemas digestivos e até mesmo um tipo de câncer ósseo diagnosticado somente após sua morte.
Inchado e disforme, mas com a sua voz cada vez mais potente, ele continua a lotar os shows.

16 de Agosto de 1977
Nesse dia, Elvis iria iniciar uma nova turnê e já mantinha plano de se casar em breve com sua namorada Ginger Alden.
Elvis é encontrado morto no banheiro de sua mansão. A notícia de sua morte chega a todos os cantos do mundo como uma verdadeira bomba.
Depois de Mickey Mouse, Elvis é a imagem mais famosa do mundo em reproduções e ninguém aceitava a idéia de sua morte.
Seu funeral é marcado até mesmo por suicídios e após a tentativa de roubo de seu corpo, seu pai decide trazê-lo, e enterrar Elvis, sua mãe e o irmão gêmeo (este último simbolicamente), nos jardins da "mansão Graceland", num local chamado pelo cantor de "Jardim da Meditação".

Elvis, Sing the Blues!

Idólatras de Elvis Presley

Parece que a frase "Elvis não morreu" é muito mais que um simples chavão, pelo menos para os fãs religiosos da "Igreja Presleyteriana". A home page do grupo mostra desde "testemunhos de graças recebidas" de adeptos até os "31 mandamentos" de Elvis. Tal "igreja" foi fundada em 1998, na Austrália, após a líder e fundadora, Anna, ter tido uma "experiência mística" com o rei do rock. E, hoje, conta com algumas "congregações" espalhadas pelos EUA e possui até um "teólogo", o dr. Edwards, responsável pela parte doutrinária.

Entre as muitas práticas esdrúxulas exigidas pelo grupo, destacamos as seguintes:

- Pelo menos uma vez na vida os adeptos deverão peregrinar até Graceland.

- Todos devem possuir em casa os 31 preceitos de Elvis, que incluem receitas de comida.

- Devem incentivar, diariamente, as crianças a elogiar o cantor já falecido.

Mas os disparates não param por aí. Determinado sacramento, uma paródia da santa ceia, é feito com carne moída e pudim de banana. Os hinos, é claro, são alusões ao roqueiro, e tudo isso recheado de muito rock-and-roll.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A generosidade de Elvis

É sobejamente conhecido, entre os fãs, que Elvis gostava de dar presentes e fazer doações. Suas doações foram motivo de homenagem, ainda em vida, com uma grande placa de madeira cheia de plaquinhas, contendo os nomes das instituições para as quais ele fazia doações. Esta placa está no museu de Graceland.

Estas doações deram origem a hospitais, creches que existem até hoje, ainda sustentados pelo dinheiro do artista e dos seus fãs.

Elvis deu de presente mais de duas centenas de carros (chegando a dar 19 cadilacs de uma vez), além de jóias e casas. Consta que ele teria dado de presente mais de um milhão de dólares. Contam que ao comprar um carro viu um casal admirando um outro. Então, comprou o outro para o casal. Por isso que, quando é falado que são os fans que mantiveram e mantém os bens que guardam a memória de Elvis ainda juntos e intactos, muitos confundem com a empresa que administra estes mesmos bens. Tudo existe porque os fãs dão retorno.

A generosidade de Elvis é conhecida e admirada e serve de exemplo para muitos fãs.

Elvis: Família e amigos

Vernon Presley (Pai) Vernon acompanhou toda a carreira de Elvis e participou em documentários e especiais de tv. Ele faz comentários em "Elvis on Tour" de 1972 e no Especial "Elvis in Concert" de 1977. Neste último faz um agradecimento as milhares de flores, cartas que chegaram até Graceland depois da morte de Elvis. Vernon morreu em 1979 e está sepultado em Graceland.

Gladys (Mãe) Gladys acompanhou o início da carreira de seu filho Elvis, mas morreu quando Elvis estava servindo o exército. Apesar de Elvis ter realizado o sonho de dar conforto aos pais, a morte de sua mãe o marcou para sempre. Gladys está sepultada também em Graceland no Meditation Garden.

Priscilla Presley (ex-esposa) Priscilla conheceu Elvis quando ele estava na Alemanha servindo o Exército americano. Elvis estava com 24 anos e ela 14. Filha de um oficial do exército Priscilla seria a escolhida de Elvis, e em 1967 se casaram em Las Vegas. O divórcio aconteceu em 1973, mesmo assim eles tiveram um bom relacionamento separados. Depois da morte de Elvis ela escreveu um livro.

Lisa Marie (Filha) A filha de Elvis, nasceu em 1 de fevereiro de 1968, ano que Elvis realizou sua grande virada artística no NBC SPECIAL. Depois da morte de Elvis, Lisa se viu cercada de olhares e expectativas de vários setores da mídia. O tempo vou passando e o mundo aguardava se Lisa partiria para uma carreira musical ou não. Mas apenas aos 35 anos deu início a carreira musical com o lançamento do álbum chamdo "TO WHOM IT MAY CONCERN".

Joe Esposito Joe Esposito foi seu amigo de Elvis por longos anos. Esposito participou da "Máfia de Memphis, que era um grupo formado por Elvis para participar de sua rotina. Foi Esposito junto com Al Strada que socorreram Elvis no banheiro no dia 16 de agosto de 1977. Clique aqui e leia uma entrevista à Larry King.

Sonny West (ex-guarda costa) Sonny West era um de seus Guarda-Costas de Elvis. Quando Elvis o demitiu, se juntou a Dave Hebler e Red outros ex-seguranças de Elvis e escreveram um livro que segundo eles revelariam um Elvis que os fãs não conheciam. O livro foi lançado em 1977 e isso abalou Elvis, pois no livro fazia citações que Elvis usava drogas.

Ginger Alden (ex-namorada) A última namorada de Elvis. Ginger estava com Elvis no dia 16 de agosto de 77 e foi ela que o encontrou caido no banheiro. Quando conheceu Elvis ela estava com apenas 20 anos. Elvis tinha planos de se casar novamente e Ginger quase se tornou a segunda esposa do Rei.

Linda Thompson (ex-namorada) Linda Thompson conheceu Elvis depois da separação com Priscilla. Foi Bill Browder (RCA) que apresentou Linda a Elvis. Linda tinha sido escolhida a Miss Tennessee e repartia um quarto com outra amiga que participará do concurso Miss USA. Um dia elas estavam no restaurante Fridays e foi lá que conheceram Bill Browder que perguntou depois se elas gostariam de conhecer Elvis Presley. E adivinhem a resposta...

Sam Phillips Uma pessoa muito importante na carreira de Elvis foi Sam Phillips, que era dono gravadora Sun Records. A Sun foi a primeira gravadora de Elvis onde gravou o clássico "That's All Right". Sam Phillips vendeu Elvis para a poderosa RCA que o transformaria no maior vendedor de discos do mundo. Anos mais tarde participou de vários documentários sobre a vida de Elvis. Sam morreu em 2003 aos 80 anos.

Scotty Moore Scotty moore foi o primeiro guitarrista de Elvis ainda nos tempos da Sun. Scotty se tornou uma lenda da guitarra por ser criador de riffs que se tornaram clássicos. A última vez que tocou com Elvis foi no Especial da NBC em 1968. Em 2003 passou por sérios problemas de saúde que foram superados.

Bill Black Primeiro contrabaixista de Elvis nos anos 50. Bill faleceu em 1965.

J.D Sumner J.D. Sumner segundo o Livro Guinness tem o mais baixo vocal do Mundo. Um exemplo de seu talento pode ser notado na música "Why me Lord" do álbum "Recorded Live On Stage In Memphis". J.D. Sumner & The Stamps participaram em Março de 1998 da excursão de Elvis – The Concert. A última apresentação de J.D foi em Fevereiro de 1998. Faleceu em Novembro de 1998, mas os Stamps continuaram as excursões.

Donnie Sumner Donnie Sumner foi membro do "The Stamps Quartet" e do grupo "Voice" e era sobrinho de J.D. Sumner. Lançou alguns álbuns de música religiosa, escreveu um livro contando sua história e continua na ativa! Deu uma ótima entrevista para nosso site que foi publicada em 2004. Para ler a entrevista completa clique aqui.

John Wilkinson Guitarristas de Elvis. Acompanhou Elvis de 1969 a 1977 e esteve presente em documentários como "That's The Way It Is" e "On Tour". Ele concedeu uma estrevista exclusiva a nosso site em 2004, clique aqui para ler. Depois da entrevista enviou uma música em MP3 com ele mesmo cantando "Early mornin' rain".

Al Dvorin Al Dvorin ficou famoso por ser o responsável da famosa frase de despedida dos shows de Elvis. Sua esposa que faleceu em 2004 de cancer.

Eu sou neguinha (ou: O Rock'n'Roll Contra o Preconceito)

Em meados da década de (19)40, um menino loiro de olhos azuis saía do barraco onde morava com seus pais, atravessava a linha de trem que cruza a cidade de East Tupelo, no estado de Mississippi, EUA, e ia ao bairro negro do município para, embevecido, ver e ouvir bluesmen e pregadores batistas.

Em contrapartida, em sua casa, o rádio vivia sintonizado nas estações da "boa e legítima música branca", o country (and western) e o gospel.

Se hoje isso não configura nenhuma proeza, não se esqueçam de que estamos falando da região mais profunda do sul dos Estados Unidos da América. De um país onde, até 1964, os banheiros, as escolas e tudo o mais eram movidos à segregação "racial" (- eu prefiro o termo "étnica", já que raça é só uma: a raça humana). Rosa Parks faria a diferença, num ônibus lotado, escancarando geral.

Lá, no famoso Delta do Mississippi, havia um pessoalzinho que andava de túnicas e capuzes brancos, e cuja maior e orgástica diversão era tocar fogo numa cruz gigante enquanto linchavam uma ou mais pessoas de cor diferente da cor de suas indumentárias.

Poucos anos antes daquelas incursões do rapaz branco pelo "bairro proibido", ali pertinho, no Estado da Geórgia, um outro rapaz, negro e cego, nutria uma paixão brutal pela música rural de seus opressores.

Estas influências viriam a fazer de ambos dois dos maiores artistas musicais de todos os tempos.

Já nos anos 50, o então adolescente loiro chega à Memphis, no vizinho Estado do Tennessee. A cidade de quase 500 mil habitantes, que recebia gente como o escritor William Faulkner (que sempre se hospedava no Peabody Hotel), rivalizava com Nashville pelo título de Meca da música austral estadunidense (e, aqui, não cito a New Orleans pré-Katrina, pois a influência francesa - "creole" - por lá era muito maior).

O outro, o jovem negro, já se havia subido ao norte, rumo aos nichos jazzeiros e do rythm'n'blues de Chicago e redondezas (assim como o grande Satchmo fizera quase trinta anos antes).

Em Memphis, o rapaz loiro, só para manter as origens, passa a freqüentar a Beale Street, no distrito mais visitado pelos artistas negros da cidade, e, quando o dinheiro mirrado permitia, comprar roupas espalhafatosas na loja dos irmãos Lansky. Sem nunca sequer ter ouvido falar em G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (fundada mais de meio século antes), o moço trajava ultrajantes (para a época) combinações de verde-e-rosa, rosa-e-verde; usava cabelos compridos e cultivava bem-aparadas costeletas - tudo coisa de "nigger", como dizia o pessoal de lá, antes dos tempos da "correção política". O artista negro e cego andava às voltas com as brumas reimosas da heroína e encantava a tudo e a todos.

Por vestir-se e portar-se como um negro, o rapaz loiro teve muitos problemas nas escolas que freqüentou. Mas, o que era um "problema", que o segregava dos seus, veio a tornar-se sua redenção.

Todas aquelas influências acumuladas desaguaram num turbilhão que varreu o pequeno estúdio da Sun Record Company, quando, em 13 de julho de 1954, ao fazer uma jam-session com a canção "That's All Right Mama", o rapaz e os dois músicos que o acompanhavam (os seminais Scotty Moore, guitarrista, e Bill Black, baixo-de-pau) lançaram a pedra fundamental do viria ser denominado pelo disk-jockey local Dewey Philips (nenhum parentesco com o dono da Sun Records, Sam Philips) como "Rock and Roll".

Com o sucesso planetário, além de "corrompedor dos bons costumes", o rapaz foi até chamado de "comunista", pois umas das primeiras coisas que comprou foram um conversível vermelho e um Cadillac rosa - ora vejam!

Não quero me deter em mais do que batidas análises musicais sobre o tema. Penso que o mais relevante de tudo isso que aconteceu (e só aconteceu, claro, porque os EUA saíram vencedores da II G.G.) foi o fato de que (ao menos) uma barreira secular estava sendo rompida pela mais universal das línguas: a música.

A intransigência racial fora contestada. Moças e moços brancos tomavam conhecimento de uma cultura vizinha e proibida. Branco cantando como negro, negro cantando como branco. Uma miscigenação de roupas, culinárias e costumes. Um "tsunami" sociológico imprevisível, cujas boas marolas ainda far-se-iam sentir mais de uma década depois, com o advento da contracultura e do "flower-power".

Consciente ou inconscientemente, nisto não reside a menor importância. A revolução é um processo incontrolável, a luta é que deve ser permanente (- que me perdoem os trotskistas ferrenhos).

É impossível mensurar os anos que as lutas pelos direitos civis ganharam em economia (de grana e vidas inocentes), por conta da ação desses artistas e dessa tão abençoada música; desse fenômeno alcunhado de "Rock´´n'Roll".

É óbvio que falo de Elvis (Aaron) Presley e de Ray(mond) Charles (Robinson). Poderia citar tantos outros, mas estes dois são os dínamos propulsores da grande nave.

Se Elvis, nos anos 50, era a encarnação de uma revolução; nos anos 60, foi cooptado pelo "mainstream". Nos anos 70, pasmem!, ele tornou-se o próprio "mainstream". Mas a lembrança que fica na memória (e não por acaso foi essa a que venceu a eleição do selo postal comemorativo em sua homenagem) é a daquele rapaz com voz, roupas, repertório e trejeitos de negão.

Ray Charles nos deixou há pouco, e com uma imagem artística de maior integridade. Embora eu creia que em termos de desafios, os de Elvis foram algo maiores.

Quando, numa de suas primeiras coletivas de imprensa, perguntado "se achava coreto cantar música de 'preto'", Elvis, com seu notório sorriso de "curled lip" e boas-maneiras sulistas, despachou o babaca às favas:

- Senhor… De onde eu venho não existe nem preto nem branco. Existe quem tem e quem não tem…

Olavo Dáda

Melhores canções covers de Elvis Presley

"Hound Dog" foi escrita por Jerry Leiber e Mike Stoller para a cantora de blues Big Mama Thornton em 1953. A letra original continha conotação sexual e Thornton berrava sua versão em um blues de estilo lento e corajoso. A interpretação cômica de Elvis foi tomada emprestada de Freddie Bell e Bellboys.

Elvis gravou duas versões da canção de blues "One Night of Sin", de Dave Bartholomew-Pearl King, que tinha sido um hit através de Smiley Lewis em 1956. Em 24 de janeiro de 1957, gravou a versão de Lewis e, um mês depois, regravou-a como "One Night" utilizando uma letra limpa. Na maliciosa versão de Lewis, o cantor está rezando por "One night of sin" (uma noite de pecado), enquanto na execução mais otimista de Elvis, está esperando por "One night with you..." (uma noite com você...).

Os compositores de Tin Pan Alley, Lou Handman e Roy Turk, compuseram "Are You Lonesome Tonight?" ("To-night" na capa original do disco) em 1926, que foi gravada originalmente por Al Jolson no ano seguinte. A única canção que Coronel Tom Parker supostamente jamais encorajou Elvis a gravar, "Are You Lonesome Tonight?" foi lançada em 1960 e ganhou três indicações para o Grammy.

"Bridge Over Troubled Water" foi composta por Paul Simon e Art Garfunkel e gravada pela dupla de folk-rock em 1970, tornando-se seu hit número 1. Elvis gravou uma versão, que tinha um som mais amplo e uma interpretação vocal mais dramática, durante a filmagem de: Elvis é Assim.

Eddy Arnold, "o mauricinho do interior de Tennessee" tinha um hit gravado com a balada suave "I Really Don't Want to Know", em 1954, justamente quando Elvis realizou uma "turnê rural" pelo Sul com seu estilo rockabilly. Composta por Howard Barnes e Don Robertson, a canção foi lançada por Elvis em 1970 com outra melodia country, "There Goes My Everything", no lado B. Essas canções representam a redescoberta da música country contemporânea por Elvis durante a década de 70.

Originalmente arranjada e gravada pelo cantor de country Mickey Newbury, "An American Trilogy" é um medley de "Dixie", "The Battle Hymn the Republic" e "All My Trials". A integração de duas canções sobre guerras civis (os hinos do Sul e do Norte) com um hino religioso tradicional sugere a curiosa tradição sulista de combinar elementos culturais diversos. A versão de Elvis, em 1972, da peça oferecia uma interpretação operística que combinava com a amplitude do significado da canção.

Elvis cantou a composição de 1970, "Steamroller Blues", de James Taylor, em seus shows durante o início da década de 70. Mas sua interpretação corajosa durante o especial de televisão Aloha from Hawaii parou o show. A versão do especial foi lançada como um single em abril de 1973.

Em 1968, o cantor de country Marty Robbins escreveu "You Gave Me a Mountain", uma violenta balada sobre as dificuldades da vida. Embora o pop star Frankie Laine fosse o primeiro a lançá-la, Elvis começou a cantá-la nos shows durante o início da década de 70 e lançou-a em 1973. A interpretação de Elvis é geralmente considerada autobiográfica, pois foi paralela a sua separação de Priscilla Presley.

"My Way", um hino de independência e individualismo, foi escrita por Paul Anka para Frank Sinatra e originalmente gravada por ele em 1969. Elvis cantou "My Way" no especial de televisão Aloha from Hawaii e nos shows durante a década de 70. A gravação desta canção por Elvis foi lançada logo após sua morte, tornando-se quase seu relato biográfico.

A melhor canção cover de Elvis Presley mostra seu talento como ator, músico e intérprete de antigas tradições. "That's All Right" foi escrita e gravada por Arthur "Big Boy" Crudup como uma melodia de blues country, em 1947, e retrabalhada por Elvis em 1955, que, com seus passos rápidos e interpretação rockabilly, tornou-se seu primeiro single lançado.

Susan Doll, Ph.D

Escritores das melhores canções de Elvis Presley

A canções interpretadas por Elvis Presley são extremamente famosas, embora muitos de seus compositores sejam bem pouco conhecidos. Abaixo seguem as biografias de alguns dos mais notáveis compositores de canções para Elvis.

Otis Blackwell

O respeitado compositor e cantor Otis Blackwell compôs muitos clássicos do rock 'n roll nas décadas 50 e 60. Nascido no Brooklyn em 1932, Blackwell cresceu admirando o ator e cantor de música country, Tex Ritter. Otis se tornou colunista da Shalimar Music no início de 1956, após vender seis canções para esta companhia por US$ 25 cada, incluindo "Don't Be Cruel". Na véspera de Natal, Blackwell estava na frente do Brill Building (sede da editora musical do rock), na cidade de Nova York, quando um arranjador perguntou se ele tinha alguma canção para vender. Então, levou Otis para conhecer os proprietários da Shalimar que compraram as canções e o contrataram após as festas de final de ano.

Elvis gravou 10 composições de Blackwell, incluindo "Fever" (escrita com Eddie Cooley), "All Shook Up", "Paralyzed" e "Return to Sender" (reescrita com Winfield Scott). Entre outros clássicos do rock 'n roll compostos por Blackwell estão "Great Balls of Fire" e "Breathless", interpretados por Jerry Lee Lewis. Blackwell cantou nas demos de suas canções para Elvis e Jerry Lee, imitando seus estilos. Ele e Elvis nunca se encontraram.

Mac Davis

Apelidado de "Pintor de Canções" por Glen Campbell, Mac Davis é bem conhecido por compor canções que utilizam imagens concretas para pintar um quadro ou contar uma história. Na década de 70, Davis se uniu a Billy Strange e Elvis gravou diversas composições da dupla. Os dois forneceram a Elvis a canção-tema de Charro!; a melodia "Nothingville" para o especial de televisão Elvis; uma balada introspectiva intitulada "Memories" e duas peças brilhantes chamadas "Clean Up Your Own Back Yard" e "A Little Less Conversation".

Sozinho, Davis escreveu dois dos maiores hits de Elvis da década de 70, a socialmente consciente "In the Ghetto" e a balada sentimental "Don't Cry Daddy". Entre o final da década de 60 e início da de 70, as composições de Davis foram gravadas por grandes artistas, incluindo Lou Rawls, Bobby Goldsboro, Glen Campbell, Kenny Rogers, Andy Williams, Sammy Davis, Jr. e Dolly Parton. Davis se aventurou como ator na década de 70 e co-estrelou alguns dos grandes filmes de Hollywood, incluindo Heróis sem amanhã e Cheaper to Keep Her.

Leiber e Stoller

Jerry Leiber e Mike Stoller adaptaram aspectos do blues e do R&B ao escreverem para intérpretes do rock 'n roll. A integração com esses gêneros musicais na década de 50 expandiu as possibilidades comerciais do rock 'n roll. A dupla se encontrou em Los Angeles em 1950, quando tinham apenas 17 anos. O músico Stoller e o compositor Leiber viram que compartilhavam o mesmo interesse em blues e R&B. Passaram, então, o verão escrevendo canções nestes estilos.

Sill, gerente de vendas da Modem Records, tomou-os sob sua proteção e os apresentou para os intérpretes e representantes da indústria da música. Apesar de serem muito jovens, a dupla se deu muito bem, visto que os importantes compositores de Tin Pan Alley da época pensavam que o rock 'n roll estava abaixo deles. Leiber e Stoller são famosos por estruturarem suas canções como peças curtas (playlets), ou seja, contam uma história - geralmente com humor ou sátira - durante os três minutos de duração de uma música popular. Elvis gravou aproximadamente duas dúzias de melodias de Leiber e Stoller, incluindo "Hound Dog" e "Jailhouse Rock".

Doc Pomus e Mort Shuman

Doc Pomus, nascido no Brooklyn, e o nova-iorquino Mort Shuman se juntaram para escrever 15 canções para Elvis, incluindo algumas que foram utilizadas como trilhas sonoras de seus filmes. A inesquecível canção intitulada Viva Las Vegas foi composta por Pomus e Shuman especialmente para o filme. Outras músicas de filmes incluíam composições de Pomus-Shuman anteriores que foram recicladas para as trilhas sonoras. Pomus co-escreveu mais algumas trilhas sonoras com outros compositores, incluindo "Girl Happy", "I Feel That I've Known You Forever" e "She's Not You".

Mas o melhor trabalho da equipe foi para os discos que não eram trilhas sonoras de Elvis, incluindo a "Little Sister", que vendeu milhares de cópias. Outras composições significativas de Pomus-Shuman incluem "Surrender", com base na balada italiana "Come Back to Sorrento" e "Suspicion". Pomus e Shuman também escreveram vários clássicos de rock para outros artistas, incluindo "This Magic Moment" e "Save the Last Dance for Me", pelos Drifters, e "A Teenager in Love", por Dion & the Belmonts.

Jerry Reed

Nascido em Atlanta, Georgia, no dia 20 de março de 1937, o compositor e cantor de música country Jerry Reed Hubbard compôs quatro canções gravadas por Elvis. Embora isto seja pouco em comparação a outros compositores que escreveram para Elvis, duas dessas melodias são "Guitar Man" e "U.S. Male". Estas músicas foram gravadas um pouco antes da explosão de criatividade gerada pelo especial de televisão Elvis. As canções representaram um distanciamento dos discos de trilhas sonoras e uma aproximação com material de melhor qualidade e sentido contemporâneo.

Reed também tocou guitarra para Elvis em "Guitar Man". Era um dos vários músicos do Sul que foram influenciados por Elvis e, posteriormente, acabaram trabalhando com ele. Em 1967, Reed gravou "Tupelo Mississippi Flash", uma paródia de Elvis que foi um tributo cômico para seu ídolo. A carreira de Reed como intérprete se acelerou na década de 70, quando uma moda para as coisas do Sul atacou Hollywood e ele se beneficiou de sua imagem de bom moço, ainda que sem verniz social. Contracenou com Burt Reynolds em quatro filmes, incluindo o popular Agarra-me, Se Puderes.

Ben Weisman

Nascido em 1921, em Providence (Rhode Island), Ben Weisman escreveu ou co-escreveu mais de 50 canções para Elvis - mais do que qualquer outro compositor. Weisman iniciou sua produtiva associação com Elvis em "First in Line", que foi gravado em 1956. Ele se uniu freqüentemente com Fred Wise, mas também compôs com Aaron Schroeder e Randy Starr.

Muitas das composições de Weisman foram escritas para as trilhas sonoras dos filmes de Elvis e, por isso, buscavam se ajustar à linha da história ou adiantar os acontecimentos da trama. A maioria era suave, no estilo pop adocicado que definiu os discos de trilha sonora de Elvis. Dentro destas limitações, Weisman, às vezes, surgia com alguma letra memorável. Algumas de suas melhores incluem "Crawfish", de Balada Sangrenta; "Follow That Dream", de Em Cada Sonho um Amor; "Rock-a-Hula Baby", de Feitiço Havaiano; "I Slipped, I Stumbled, I Fell", de Coração Rebelde; e "Got a Lot o' Livin' to Do", de A Mulher Que Eu Amo. Mais tarde na sua carreira, Weisman teve um papel recorrente na novela da CBS, The Young and the Restless, como um pianista no Club Allegro.

Susan Doll, Ph.D

Love Me Tender

Elvis obteve créditos como co-autor desta balada de amor, apesar de ter sido composta por Ken Darby, que serviu como supervisor vocal no filme. A esposa de Darby, Vera Matson, também recebeu créditos. A canção tinha como base uma balada do tempo da guerra civil chamada "Aura Lee" (às vezes soletrada como "Aura Lea") escrita por W.W Fosdick e George R.

Quase 100 anos depois, a canção se tornou uma das favoritas do público novamente, desta vez reencarnada como a "Love Me Tender" de Elvis. O lançamento do single tornou Elvis o número 1 na história da música, quando recebeu vendas adiantadas de mais de um milhão de cópias. A versão da canção para o cinema tinha uma letra levemente diferente e continha um verso a mais. Elvis sempre admirara cantores românticos populares como Dean Martin e "Love Me Tender" deu-lhe a oportunidade de comover com seus tons mais suaves.

Susan Doll, Ph.D

As melhores canções de amor de Elvis

As canções de amor de Elvis Presley são algumas das mais famosas melodias de sua carreira. Presley gravou "I Want You, I Need You, I Love You", escrita por Maurice Mysels e Ira Kosloff, em Nashville, no dia 11 de abril de 1956. A canção alcançou o top ten das paradas pop, country e rhythm & blues. Foi a primeira balada gravada por Elvis pela RCA e foi lançada como single no lado A.

Jerry Leiber e Mike Stoller compuseram a incendiária "Love Me" em 1954 como uma paródia das baladas country. No dia primeiro de setembro de 1956, Elvis gravou-a com tanto sentimento e sinceridade que acabou por torná-la uma canção de amor.

Elvis gravou "Love Me Tender" em Hollywood, no último verão de 1956, como música de encerramento de seu filme Ama-me com ternura.

George Weiss, Hugo Peretti e Luigi Creatore escreveram "Can't Help Falling in Love" para Feitiço Havaiano. Elvis gravou-a em Hollywood no dia 23 de março de 1961.

Elvis gravou "It Hurts Me", em Nashville, no dia 12 de janeiro de 1964. A canção foi escrita por Joy Byers e Charlie Daniels, apesar de Daniels nem sempre receber os créditos. Elvis gravou essa música novamente para seu especial de 1968 na TV, Elvis, mas ela acabou não sendo usada.

"Until It's Time for You to Go" foi escrita e originalmente gravada por Buffy Sainte-Marie, em 1965, e lançada por vários artistas antes de Elvis. Outros que a gravaram foram Michael Nesmith (como Michael Blessing), os Four Pennies e Neil Diamond. Elvis gravou esta bonita canção de amor em Nashville, no início do verão de 1971, e a cantou no documentário Elvis on Tour.

Gravada em 27 de março de 1972, "Separate Ways" era biográfica, pois Elvis e Priscilla haviam acabado de se separar. Fãs e biógrafos geralmente interpretam a canção com um reflexo dos sentimentos de Elvis. Foi composta para ele por Red West, seu amigo de longa data e guarda-costas, e por Richard Mainegra.

Mark James, Wayne Carson e Johnny Christopher compuseram "Always on My Mind" especialmente para Elvis, apesar de outros cantores também terem feito sucesso com ela. Elvis foi o primeiro a gravá-la no dia 29 de março de 1972, mas a versão de Brenda Lee foi lançada antes. Em 1982, Willie Nelson fez dela um hit country número 1, e os Pet Shop Boys gravaram uma versão em 1988.

Elvis gravou "It's Midnight" na lendária Stax Records em Memphis, no dia 10 de dezembro de 1973. Foi escrita por Billy Edd Wheeler e Jerry Chestnut.

A versão mais conhecida de "Unchained Melody" foi lançada pelos Righteous Brothers em 1965, apesar de ter sido escrita em 1955 para o filme Unchained. Vários intérpretes a gravaram na década de 50, incluindo Les Baxter, Roy Hamilton, Al Hibbler e June Valli. Elvis cantou essa ardente canção de amor em seus shows durante a década de 70 e a gravou ao vivo em Ann Arbor, Michigan, no dia 24 de abril de 1977. Foi lançada postumamente.

Susan Doll, Ph.D

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sonny Boy Williamson

Nascido em: 30 de março de 1914 em Jackson, TN.
Falecido em: 1o de junho de 1948 em Chicago, IL.

Considerado o mais importante músico de gaita antes da guerra, John Lee Williamson fez da gaita um instrumento valioso para o blues. Não fosse por sua morte trágica em 1948 durante a sua volta para casa em Chicago, Williamson seria sem dúvida um dos músicos de maior repercussão, explorando novas e excitantes direções no blues.

Pode-se notar que Williamson fez o seu melhor durante sua vida limitada. Desde sua adolescência foi um virtuoso gaitista, o primeiro Sonny Boy (Rice Miller adotaria o mesmo nome artístico no Delta), aprendendo de Hammie Nixon e Noah Lewis e tocando com Sleepy John Estes e Yank Rachell, antes de se estabelecer em Chicago em 1934.

Sua extrema versatilidade e ingênua consistência deram à ele seu primeiro contrato com a gravadora Bluebird em 1937.

Sonny Boy gravou mais de 120 músicas, todas elas para a RCA, de 1937 até 1947, muitas delas tornaram-se repertórios pós-guerra para vários gigantes do blues de Chicago. Sua versatilidade e seu estilo de alternar passagens vocais com o som pungente de sua gaita eram tão contundentes que foram utilizados por muitos gaitistas que o precederam.

Mas Sonny Boy Williamson não viveria para presenciar suas bem merecidas recompensas pelas suas invenções. Ele morreu durante violento roubo no lado sul, com 34 anos, no meio de sua popularidade (sua música "Shake That Boogie" foi um sucesso nacional em 1947 pela Victor). "Better Cut that Out", outro sucesso, adaptado por Junior Wells, tornou-se um sucesso póstumo em 1948. Este foi o último sucesso que Sonny Boy deixou para a posteridade.

Son House

Nascido: 21 de Março de 1902 em Riverton, MS.
Falecido: 19 de Outubro de 1988 em Detroit, MI.

Son House não é apenas importante para o Delta Blues, mas como para toda a história da música. Foi um grande inovador do estilo Delta, junto com seus parceiros Charley Patton e Willie Brown. Suas primeiras gravações nos anos 30 são cheias de chiados e estalos, mas com um intenso fervor emocional em seu canto e slides. Son House não foi apenas uma influência para bandas de ingleses brancos, mas foi o mestre de conceituados nomes como Muddy Waters e Robert Johnson. Quando não estava gritando o blues, House cantava com um estilo espiritual, a capela.

Sleepy John Estes

Nascido: 25 de Janeiro de 1899 em Ripley, TN.
Falecido: 5 de Junho de 1977 em Brownsville, TN.

Big Bill Broonzy chamava o estilo de John Estes cantar como "chorando" o blues, devido a sua qualidade emocional. Na verdade, seu estilo vocal veio da época em que liderava um grupo de trabalho para a manutenção de estradas de ferro. Apelidado "Sleepy" por causa de sua habilidade de dormir em pé, Estes dedicava-se muito ao vocal, por não ser um grande guitarrista.

Trabalhou para integrar audiências negras e brancas, Sleepy John Estes era capaz de representar suas experiências e condições de vida em pura arte.

Scrapper Blackwell

Nascido: 21 de Fevereiro de 1903 em Syracuse, NC.
Falecido: 27 de Outubro de 1962 em Indianápolis, IN.

Francis Scrapper Blackwell foi mais conhecido pelo seu trabalho com o pianista Leroy Carr durante o início e meados dos anos 30, mas também gravou vários trabalhos solos ente 1928 e 1935. Seu estilo era mais parecido com o jazz do que com o blues. Blackwell era um artista excepcional, principalmente com o uso da técnica de compor em cima de uma simples nota escolhida, que antecipou o blues elétrico dos anos de 1940 e 1950. Ele abandonou a música por mais de 20 anos, logo após o falecimento de Carr em 1935, mas ressurgiu no final dos anos 50 e iniciou novamente sua carreira antes de sua vida ser ceifada, aparentemente por uma tentativa de assalto.

Blackwell era um dos mais importantes guitarristas entre 1920 e 1930, com um estilo limpo e articulado que deu origem ao trabalho solo que iria emergir em Chicago como blues elétrico em 1940 e 1950. Foi um dos guitarristas de blues pré-guerra cujo trabalho deveria ser conhecido por todos que pensam que tudo começou com Chuck Berry ou até mesmo Muddy Waters.

Lightnin Hopkins

Nascido em: 15 de março de 1912 em Centerville, TX.
Falecido em: 30 de janeiro de 1982, em Houston, TX.

Sam Hopkins era um country bluesman de alto calibre, cuja carreira começou em 1920 e se estendeu até 1980. Através do tempo, Hopkins observou a mudança do gênero de blues, embora nunca tivesse mudado seu som morno de Lone Star, que aplicou tanto a guitarra acústica como elétrica. Foi considerado um trovador do blues pela sua facinante forma de improvisar letras que expressassem as situações do momento.

Seus irmão, John Henry e Joel também eram talentosos bluesmen, mas foi Sam que ficou famoso. Em 1920 ele encontrou o legendário Blind Lemon Jefferson num evento social, e até teve a chance de tocar com ele. Mais tarde, Hopkins servia como guia de Jefferson. Durante sua adolescência, Hopkins começou a trabalhar com outro talento pré-guerra, o cantor Texas Alexander, que por sinal era seu primo. Em meados dos anos 30 foi preso e ficou em uma prisão em Houston o que interrompeu sua parceria por um tempo, mas quando foi solto, Hopkins voltou às apresentações.

O estilo de Hopkins era aparentemente muito rústico e fora de moda para as novas gerações de entusiastas do rock and roll, pois já havia gravado algumas músicas com guitarra elétrica em estilo rock em 1954 como "Lightnins Special", entre outras. Portanto retornou à Houston em 1959 quase que totalmente esquecido. Felizmente, o folclorista Mack McCormick redescobriu o guitarrista, que o atualizou e o apresentou como um bluesman folclórico, um papel que lhe cabia perfeitamente pois era isso que ele fazia de melhor.

Hopkins foi retratado e imortalizado em um documentário datado de 1967, chamado "The Blues Accordin To Lightin Hopkins". Como um dos últimos grandes country bluesmen, Hopkins era uma figura fascinante, que construiu uma ponte entre o estilo urbano e rural.

Robert Johnson

Nascido em: 8 de maio de 1911 em Hazlehurst, MS.
Falecido em: 16 de agosto de 1938 em Greenwood, MS.

Se o blues tem uma figura mística, certamente a mais famosa e celebrada na história do blues é outorgada à Robert Johnson. É claro que sua lenda é fortificada pelo fato de que Johnson também deixou para trás um legado pequeno de gravações que são consideradas um apelo emocional por excelência. Essas gravações ("Love in Vain", "Crossroads", "Sweet Home Chicago", "Stop Breaking Down", "Malted Milk" e outras) não incorporaram a alma do blues, mas foram extensamente aproveitadas por músicos de rock como Rolling Stones, Steve Miller, Led Zeppelin e Eric Clapton. Robert Johnson continua como uma força potente a ser reconhecida. Como cantor, como compositor e como guitarrista, ele produziu alguns dos melhores gêneros musicais. Assustado, aterrorizado e dirigido por demônios, um talento e um gênio atormentado morreu com pouca idade. Tudo isso somado fez com que fosse considerado uma mitologia, que deveria ser investigado e sua biografia escrita por algum romântico de imaginação fértil.

A lenda de sua vida começa assim: Robert Johnson era um jovem negro que morava numa plantação rural do Mississipi. Possuía um grande ímpeto de se tornar um grande músico de blues, portanto foi instruído a pegar sua guitarra e caminhar até uma plantação em Dockerys à meia-noite. Lá encontrou um homem alto e negro (o demônio) que tomou sua guitarra, afinou-a e devolveu-a. Antes de completar um ano, em troca de sua alma, Robert Johnson tornou-se o rei do Delta blues. Cantava, era capaz de tocar e criar os melhores blues que alguém jamais ouvira antes.

Assim como o sucesso veio através de apresentações ao vivo e gravações fonográficas, Johnson continuou atormentado, constantemente assombrado por pesadelos que continham cães do inferno em seu caminho. Sua dor e angústia mental encontravam a paz e tranquilidade quando escrevia ou apresentava suas canções. Logo quando foi trazido ao Carnegie Hall para se apresentar no primeiro concerto Spiritual to Swing, a notícia veio rápido do Mississipi: Robert Johnson estava morto, envenenado por uma namorada ciumenta. Aqueles que estiveram lá afirmam que o viram espumando pela boca, rastejando em quatro patas, chiando e babando como um cão raivoso. Suas últimas palavras foram: "Eu rezo para que a minha redenção venha e que me traga de volta do meu túmulo". Ele foi enterrado num caixão de pinho, numa cova não marcada, para que seu acordo com o demônio não o trouxesse mais à vida.

Quando ainda adolescente e trabalhando nas plantações, Johnson brincava com a gaita um pouco, mas não seguia nenhum gênero musical específico. Todas as tentativas de se juntar aos grandes titãs da época, como Son House, Charley Patton e Willie Brown, surtiram seus efeitos. Son House disse: "Nós estávamos tocando em uma festa no sábado, e havia sempre aquele pequeno menino por perto. Ele era Robert Johnson. Começou à tocar sua gaita, e devo dizer que era muito bom nela, mas ele queria tocar guitarra. Ele se sentou aos nossos pés e tocou durante os intervalos de uma forma tal que era difícil de acreditar". Ele se casou ainda jovem e deixou Robinsonville, usando Hazelhurst como base, determinado à se tornar um profissional de tempo integral, depois do falecimento de sua primeira esposa, que morreu dando à luz.

Como um músico itinerante, tocando em jantares no campo assim como nas ruas, sua platéia o considerava alguém que podia tocar e cantar tudo que fosse ligado ao blues e até ao pop.

Nos anos subsequentes, depois de várias gravações, o nome de Johnson foi inserido em vários utensílios de merchandising, como pôsteres, papéis de carta, bonés, etc., todos usando sua assinatura (extraída do seu segundo casamento). Tudo era comercializado e vendido, fazendo dele um mito do blues tendo sua imagem reproduzida para render lucros, muito mais tempo do que qualquer bluesman contemporâneo, vivo ou morto. Apesar de que o homem e seus contemporâneos nunca poderiam imaginar em milhares de anos que a música e a lenda viveriam juntas para sempre.

Leroy Carr

Nascido em: 27 de março de 1905 em Nashville, TN.
Falecido em: 29 de abril de 1935 em Indianápolis, IN.

O termo "urban blues" é geralmente aplicado às bandas de blues datadas depois da Segunda Guerra Mundial, mas um dos seus precursores, no seu formato pré-elétrico foi o pianista Leroy Carr. Treinado com o exemplar guitarrista Scrapper Blackwell em Indianápolis, Carr tornou-se uma das maiores estrelas do blues de sua época, compondo e gravando quase 200 músicas durante sua curta vida, incluindo entre estas clássicos como "How Long, How Long", "Prison Bound Blues", "When the Sun Goes Down"e "Blues Before Sunrise". Seu blues era expressivo e evocativo, gravado somente com piano e guitarra, apesar de sua voz não ser considerada intensa como a dos country bluesmen.Ele foi responsável pela transformação de aspectos rurais de blues dos anos 20 em estilo de blues mais voltado para a cidade.

Nascido em Nashville, Leroy Carr mudou-se para Indianápolis quando criança. Enquanto era adolescente, ele mesmo praticou no piano, sendo auto-didata. Carr deixou a escola durante a adolescência, preferindo tomar o rumo da estrada. Pelos poucos anos seguintes, ele tocaria piano em várias festas no sul e no centro oeste. Durante este tempo arranjou vários empregos estranhos: se juntou a um circo, alistou-se na Marinha, foi um bootlegger (contrabandista de bebidas) e para completar sua "carreira" foi casado durante um curto espaço de tempo.

Carr retornou à Indianápolis, onde encontrou o guitarrista Scrapper Blackwell em 1928. Este dueto começou a se apresentar e pouco tempo depois estavam gravando para a Vocalion, apresentando "How Long How Long Blues" antes do término do ano. A música foi um sucesso inesperado e instantâneo. Pelos próximos sete anos seguintes, Carr e Blackwell gravariam muitos sucessos clássicos para a Vocalion, incluíndo: "Midnight Hour Blues", "Blues Before Sunrise", "Hurry Down Sunshine" e muitas outras.

No início dos anos 30, Carr era um dos mais famosos bluesman na América. Enquanto sua carreira profissional era um sucesso, sua vida pessoal fugia ao seu controle, cada vez mais se afundava no alcoolismo. Esse vício encurtou sua vida, falecendo em Abril de 1935. Carr deixou um enorme catálogo de blues e sua influência podia ser sentida e ouvida através de sucessivas gerações de músicos de blues, como T-Bone Walker, Otis Spann e Champion Jack Dupree.

John Lee Hooker

Nascido em: 22 de agosto de 1917 em Clarksdale, MS.
Falecido em: 21 de junho de 2001, em Los Altos, CA.

Foi amado e endeusado no mundo inteiro como o rei do boogie, uma genuína estrela do blues. Mas John Lee Hooker gravou em muitos estilos diferentes daqueles que gravou durante sua carreira que se estendeu mais do que meio século.

"The Hook" era um nativo do Mississipi que passou a ser um dos melhores no circuito do blues em Detroit, nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. As sementes da sua guitarra, que parecia se lamentar, foram plantadas por seu padastro, Will Moore, enquanto Hooker era adolescente. Naquela época Hooker ainda cantava músicas de caráter espiritual, mas logo o blues tomou conta de sua alma e ele simplesmente não o deixou mais. Visitas de músicos, geralmente à noite, também deixaram suas marcas. Lendas do blues como Blind Lemon jefferson, Charlie Patton e Blind Blake, eram frequentadores de sua casa, assim como grandes amigos de Moore, seu padastro.

Hooker ouviu o "chamado" de Memphis durante sua adolescência, mas não fez muito sucesso enquanto lá permaneceu. Então voltou para Cincinnati durante 7 anos antes de sua grande mudança para Motor City em 1943. Havia empregos em abundância, mas Hooker deixou o estilo comum que era tocado na época, e passou a tocar sua forma única e livre de blues.

Em 1948, o aspirante ao blues conheceu o empresário Bernie Besman, que muito o ajudou em sua carreira solo e sua primeira gravação, "Sally Mae". Este era sem dúvida o estilo de blues primitivo, mais do que qualquer outro que havia no mercado. O vocal ruminativo, forte era completado pelo seu estilo de "bater" tons na guitarra, altamente amplificada e a insistente marcação do pé. Seus esforços foram rapidamente recompensados.

Bandas de blues inglesas como The Animals e Yardbirds idolatravam Hooker durante o início dos anos 60. Hooker visitou a Europa em 1962, sob os auspícios do American Folk Blues Festival, deixando para trás os sucessos "Lets Make It" e "Shake It Baby" para serem apreciados pelos estrangeiros.

Após vários sucessos, inclusive a conquista de um Grammy, com o álbum "The Healer", Hooker aproveitou a vida através dos anos 90. Passava a maior parte do seu tempo descansando meio período, dividindo seu relaxamento entre vários imóveis adquiridos pela costa da Califórnia. Mas, quando percebia a oferta certa, ele prontamente a aceitava, incluindo um divertido comercial de TV para a Pepsi. Também continuou gravando, e deixou como grande sucesso de 1995 a música "Chill Out" e em 1997 "Dont Look Back". Todos estes fatos o ajudaram a manter o status de lenda viva, e permaneceu como ícone musical americano. Sua reputação não diminuiu após sua morte, por causas naturais, em 21 de junho de 2001.

Jimmy Witherspoon

Nascido em : 8 de agosto de 1923, em Gurdon, AR.
Falecido em: 18 de setembro de 1997, em Los Angeles, CA.

Um dos maiores cantores de blues do pós-guerra, Jimmy Witherspoon era versátil o suficiente para se encaixar confortavelmente dentro do mundo do jazz.

Quando criança, Jimmy cantava no coro da igreja e fez o seu debut em gravadoras com Jay McShann, para a Philo e Mercury em 1945 e 1946. Seu primeiro trabalho gravado, usando a banda de McShann, resultou no primeiro lugar da R&B em 1949 com a música "Aint Nobody Business, Pts 1 & 2" na Supreme Records. Apresentações ao vivo de "No Rollin Blues" e "Big Fine Girl" tornaram-se mais dois grandes sucessos em 1950.

Os anos 50 se caracterizavam por músicas mais suaves, e o estilo de blues "gritado" estava temporariamente fora de moda. Jimmy Witherspoon driblou esta fase, com apresentações no Monterey Jazz Festival em 1959, o que o levou à entrar dentro do espírito musical da época. Parcerias com Ben Webster e Groove Holmes foram feitas e gravadas. Em 1961 fez uma turnê pela Europa e juntamente com Buck Clayton, apresentou-se em vários países europeus durante a década seguinte. Algumas músicas memoráveis resultaram desta parceria, mas o melhor álbum de Witherspoon surgiu em 1960 com "Evening Blues" que contou com a participação de T-Bone Walker na guitarra e Clifford Scott no saxofone. No início dos anos 70, Witherspoon decidiu parar momentaneamente suas apresentações ao vivo, mudou-se para Los Angeles, aceitou um emprego de DJ, e continuou a gravar.

No início dos anos 80, Witherspoon foi diagnosticado com câncer na garganta. Apesar de continuar ativo e ser uma figura popular em termos de música, o efeito de sua doença em suas cordas vocais era óbvio. Witherspoon faleceu no dia 18 de setembro de 1997, com 74 anos de idade.

Jack Dupree

Nascido em :23 de julho de 1909 em Nova Orleans, LA.
Falecido em: 21 de janeiro de 1992, em Hanover, Alemanha.

Dupree caracterizou-se pela forma de tocar piano e principalmente pela maneira como introduzia piadas durante suas músicas. Quando começava a tocar "Shake Baby Shake", o público não tinha outra escolha senão aderir em massa ao ritmo frenético de seu piano.

Dupree foi notoriamente vago sobre o começo de sua vida, afirmando em algumas entrevistas que seus pais morreram num incêndio causado pela Ku Klux Klan, e em outras ocasiões dizendo que o incêndio fora acidental. Sejam quais forem as versões, Dupree cresceu em Nova Orleans, num orfanato chamado New Orleans Colored Waifs Home for Boys. Louis Armstrong também passou seus anos de infância e adolescência neste instituto. Mais tarde, em 1930, deixou Chicago e foi para Detroit. Por volta de 1935, lutou boxe profissionalmente em Indianápolis.

Somente em 1940, Dupree gravou seu primeiro disco na OKeh Records, em Chicago. Entre 1940 e 1941, gravou para uma subsidiária da Columbia Records. Após servir a Marinha Americana durante a Segunda Guerra Mundial, e ser um P.O.W. no Japão por dois anos, decidiu deixar o pugilismo que praticava durante sua juventude e ir para Nova Iorque para rapidamente ascender ao estrelato.

Talvez sentindo que a morte o espreitava, Dupree retornou à Nova Orleans em 1990, sua primeira visita de volta em 36 anos. Enquanto lá ficou, tocou no festival Jazz & Heritage, e lançou o album "Back Home in New Orleans". Dois albuns com material inédito foram lançados no ano seguinte e em 1992 o pianista faleceu. Jack Dupree foi um campeão até o final de seus dias.

Freddie King

Nascido em: 3 de setembro de 1934, em Gilmer, TX.
Falecido em: 28 de dezembro de 1976, em Dallas, TX.

O guitarrista Freddie King (que era conhecido na sua juventude e início de carreira por "Freddy"), nasceu e se criou em Gilmer, Texas, onde aprendeu a tocar guitarra ainda criança. Sua mãe e seu tio o ensinaram e lhe davam aulas de guitarra. Inicialmente, King tocava blues acústico rural. Quando se tornou adolescente começou a apreciar o estilo rústico, elétrico do som dos blues de Chicago. Em 1950, quando tinha 16 anos, sua família mudou-se para Chicago, onde começou a frequentar clubes de blues, ouvindo o som de músicos como Muddy Waters, Jimmy Rogers, Little Walter e Eddie Taylor. Logo o jovem guitarrista formaria sua própria banda, "The Every Hour Blues Boys", e se apresentaria em vários shows.

Freddie King fez várias gravações para a King Records até 1968, com um segundo álbum instrumental "Freddie King Gives You a Bonanza of Instrumentals" aparecendo em 1965, embora nenhum dos seus singles tivessem tido sucesso. De qualquer forma, sua influência foi ouvida através dos guitarristas de blues nos anos 60, como Eric Clapton.

Através de 1976, Freddie King fez uma turnê pela América, apesar de sua saúde começar a se deteriorar. Em 29 de dezembro de 1976, King faleceu de infarto cardíaco. Embora sua morte tenha sido prematura, tinha apenas 42 anos, a influência de Freddie King ainda continuaria a ser ouvida entre os guitarristas de rock e blues, durante décadas após sua morte.

Clarence "Gatemouth" Brown

Nascido em: 18 de abril, em Vinton, LA.

O que você vier a fazer, nunca se refira ao multi-instrumentalista Clarence "Gatemouth" Brown como um bluesman, muito embora sua contribuição no desenvolvimento do blues no Texas seja enorme. Se você deseja rotulá-lo, chame-o de um "eclético mestre musical do Texas" cujos interesses englobam virtualmente todas as raízes imagináveis do gênero.

Brown aprendeu o valor de sua versatilidade enquanto crescia em Orange, Texas. Seu pai era um músico local bem popular, especializado em country, Cajun e bluegrass, mas não em blues. Considerado e rotulado por um professor de "Gatemouth" (boca de portão), que o acusou de ter uma voz parecida com um portão, Brown usou deste artifício para tirar vantagem através de sua carreira.

Depois de vários anos seguindo estilos diferentes dos seus, Gate decidiu reconstruir sua carreira em 1970, determinado a fazer as coisas a seu modo. Country, jazz e até mesmo calipso agora eram tocados com imenso sucesso em seus concertos. Discos aclamado como Rounder, Alligator, Verve e Blue Thumb nos anos 80, 90 e 2000 provaram que Gatemouth Brown é um americano com raízes bem fortes, mas sem classificação possível.

Charlie Patton

Nascido em: 1887 em Edwards, MS.
Falecido em: 28 de abril, em Indianola, MS.

Se o Delta Country Blues tem um ponto de referência conveniente, este seria Charlie Patton, sua primeira grande estrela. Seu timbre de voz, seu estilo impassional de cantar, seu modo de tocar a guitarra de forma fluida, fizeram dele o rei original do Delta Blues. Muito mais do que seu nível itinerante como músico, Patton ficou conhecido como celebridade causando uma forte influência nos músicos através do Delta. Ao invés de pular de cidade para cidade, como vários bluesmen faziam, Patton se restringiu a se apresentar em festas sociais da sua cidade, festas de plantio, como eram conhecidas. As pessoas se aglomeravam como "sardinhas em lata" quando Patton apresentava, o que fez com que os senhores de terras o convidassem sempre que estivesse disponível, pois se os trabalhadores soubessem que haveria uma apresentação, simplesmente largavam a terra e iam ao seu encontro, para desfrutar dos sons melódicos de sua guitarra. Seus discos - especialmente o primeiro e maior hit de sua carreira, "Pony Blues" - podia ser ouvido por fonógrafos através de todo o sul. Apesar dele não ter sido o primeiro músico do Delta a gravar um disco, rapidamente se tornou um dos melhores e mais populares dentro do seu meio musical. No final dos anos 20, nas plantações do Mississipi, Charlie Patton era uma estrela, uma genuína celebridade.

Apesar de ter baixa estatura e baixo peso para o normal da época, seu estilo enérgico de cantar (até mesmo em baladas e gospel) fazia dele um dos cantores de blues mais audíveis até então, havendo inclusive alegações de que sua voz alcançaria mais de 500 metros, sem amplificação. O seu estilo "vaudeville", que em gravação dá o efeito de duas pessoas conversando entre si, juntamente com o som de sua voz "whiskey-and-cigarette", seriam os mais importantes elementos de estilo musical de um de seus alunos, Howlin' Wolf. Seu modo de tocar guitarra não era menos expressivo, abastecido com uma batida propulsiva e um ritmo inimitável, os quais plantariam mais tarde o estilo boogie de John Lee Hooker. Patton é considerado o primeiro arquiteto original que colocou o blues num ritmo mais forte e sua guitarra num tom estridente que era alcançado aumentando o tom em um nível, e abaixando meio nível no pitch, em vez de usar um capo.

A segunda e igualmente importante característica do legado que Patton deixou para o blues, foi sua propensão ao entretenimento. Uma das razões da grande popularidade de Charles Patton no Sul era sua maneira de entreter o público durante suas apresentações. Muitos estudiosos afirmam que o estilo de Jimi Hendrix foi influenciado diretamente pelo comportamento de Patton no palco. Suas músicas têm raízes profundas no "black dance" dos anos 20 e até em melodias religiosas, mas ambas são interpretadas com muita ênfase e ritmo.

A música de Patton nos fornece a primeira pincelada de como seria mais tarde o Delta blues, antes mesmo dela ser homogeneizada. Poucos foram aqueles que usaram o blues de forma tão agressiva.

Buddy Guy

Nascido em: 30 de julho de 1936 em Lettsworth, LA.

Tornou-se o rei do blues em Chicago e permanece até hoje, desde que seu ídolo e mentor Muddy Waters faleceu. Havia um tempo, e não muito distante também, quando Buddy Guy não conseguia nem sequer negociar uma gravação decente. Felizmente a situação mudou completamente - o primeiro de três álbuns de Guy para a gravadora Silverstone em 1990, todas ganharam Grammys. Eric Clapton considera Buddy Guy o baluarte do blues além de ser seu favorito, e assim um grande número de fãs também o fazem.

As marcas registradas de Guy sempre foram guitarra de alta potência, efeitos e energia sem fronteiras no palco, juntamente com um estilo vocal torturado que é quase tão marcante quanto seu rápido poder incendiário. Ele vem de um longo caminho, desde o início, no blues do Baton Rouge dos anos 50 - em seus primeiros passos como líder da banda "Big Poppa" John Tilley, o jovem guitarrista teve que se submeter à uma terapia com o Dr.Tichenor, pois sentia fortes dores estomacais seguidas de contrações, um exemplo avançado de medo de palco. Quando se juntou à banda do harpista Raful Neals, Guy havia controlado seu nervosismo.

Guy viajou para Chicago em 1957, pronto para conquistar seu espaço na cidade. Com muitas dificuldades, pois os tempos eram difíceis na época, juntou-se aos seus ídolos guitarristas, como Guitar Slim, e começou sua série de apresentações. O sucesso não demorou muito a chegar para o jovem menino, novo na cidade. Juntou-se à elite do blues como Freddy King, Muddy Waters, Otis Rush e Magic Sam, que o apresentou ao chefe da gravadora Cobra Records, Eli Toscano.

A reputação de Guy entre os "deuses do blues", como Eric Clapton, Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan foi surpreendente, mas o fato mais importante de sua carreira, o que o levou mais rapidamente ao estrelato, foi a conquista de um Grammy em 1991 com o disco chamado de "Damn Right, Ive Got the Blues". Foi então que sua carreira decolou e quando Guy começou a se apresentar para grandes platéias e televisão.

Um concerto de Buddy Guy pode às vezes se tornar uma experiência frustrante. Ele pode começar tocando um sucesso e de repente pará-lo no meio para começar outra música mais lenta. Ou até mesmo esquecer dos sucessos que contém seus discos para fazer paródias e imitações de Clapton, Vaughan e Hendrix. Mas o fã clube de Guy permanece fiel ao seu ídolo, principalmente em Chicago, onde você provavelmente o encontrará sentado num bar, se ele estiver na cidade.

Blind Lemon Jefferson

Nascido em: setembro de 1893 em Couchman, TX.
Falecido em: dezembro de 1929 em Chicago, IL.

Vocalista e guitarrista, Blind Jefferson é indiscutívelmente uma das principais figuras do Country Blues. Foi considerado o mais notável músico deste estilo, sendo um dos primeiros fundadores do Texas Blues (juntamente com Texas Alexander), foi também um dos principais influenciadores do Country Blues de todos os tempos, o mais popular dos bluesmen de 1920 e o primeiro homem que atingiu o sucesso comercial como artista de blues. Antes do sucesso atingido por Jefferson, as melhores gravações de blues eram atribuídas às mulheres, incluindo Bessie Smith e Ida Cox que frequentemente cantavam canções escritas por outros ou acompanhadas por bandas. Com Jefferson surgiu um enorme número de artistas solo, que apresentavam juntamente com o material original um repertório mais familiar. Algumas de suas mais famosas canções: "Matchbox Blues", "See That My Grave Is Kept Clean", e "Black Snake Moan". Ao todo, Blind Lemon Jefferson gravou quase 100 músicas em poucos anos, deixando sua marca não só como o bluesman famoso de sua época, como também nos fãs que viriam anos mais tarde. O legado de Jefferson possuía um som tão único e poderoso que não desapareceu com o passar das décadas.

Maiores detalhes da vida de Blind Lemon Jefferson não estão disponíveis, mas informações gerais do homem e sua carreira podem ser definidas de algum modo através de algumas de suas gravações, algumas delas ao vivo e das lembranças daqueles que o conheciam bem. Apesar de seu nascimento ser datado em julho de 1897, pesquisas de quase um século depois demonstram que seu nascimento se deu em setembro de 1893. Mesmo que existam dúvidas à respeito da data correta, algumas certezas ficaram: Jefferson nasceu numa fazenda em Couchman, Texas, fora de Wortham e cego desde que nasceu, cresceu no meio de 7 irmãos. Por volta de 1912, começou a tocar violão e cantar em picniques e festas na sua cidade. Sua influência musical incluía não somente os cantores colhedores de algodão, bem como violonistas locais e artistas mexicanos que trabalhavam nos arredores e que frequentemente incorporavam o flamenco em suas apresentações. Essas influências levaram à complexidade e ao intricado estilo de frases de Jefferson.

Em poucos anos, Jefferson extendeu sua performance por outros lugares, incluindo Groesbeck, Buffalo, Waco e outras cidades vizinhas. Por volta de 1915, Jefferson também começou à tocar em Dallas e em 1917 instalou-se na cidade. Era facilmente encontrado tocando no Deep Ellum, uma área de Dallas onde conheceu Leadbelly, outro famoso bluesman. Apesar de Leadbelly ser o mais velho dos dois, é reconhecido que Jefferson era melhor guitarrista. Leadbelly ficou tão impressionado com Blind Lemon Jefferson, que mais tarde veio à gravar uma espécie de tributo às habilidades naturais de Jefferson que incluía a canção "Blind Lemons Blues". Os dois amigos tocaram juntos por algum tempo, antes da sentença de prisão contra Leadbelly.

De volta para Chicago, em 1929, após vários anos de gravação na Paramount e apresentações tanto no Mississipi quanto no Texas, Jefferson foi achado morto após uma intensa tempestade de neve. Há muitas versões sobre a sua morte: Foi dito que ele se perdeu numa tempestade de neve, logo após deixar a festa na casa de amigos, tarde da noite ou que fôra abandonado por seu motorista ou até mesmo que sofrera um acidente de carro fatal. Mas ainda persiste a versão de que Jefferson teve um ataque cardíaco e congelou na neve. Jefferson tinha por volta de 30 anos quando faleceu e nenhum atestado de óbito foi achado, portanto só se pode deduzir pelos fatos que sua morte ocorreu no final de dezembro.

Sua influência no Country Blues foi tão forte que em 1980 Blind Lemon Jefferson foi incluído no Blues Foundations Hall of Fame.

Blind Willie Johnson

Nascido em: 1902 em Marlin, TX.
Falecido em: 1947 em Beaumont, TX.

Blind Willie, nascido no Texas e evangelista possuía um timbre de voz "efervescente" assim como uma imensa habilidade de lidar com o violão.

Geralmente cantava em um tom baixo, tal como tenor, com um volume que poderia ser ouvido ruas adiante. Johnson gravou um total de 30 musicas durante um período de três anos, e muitas destas se tornaram clássicos de gospel-blues, incluindo: "Jesus Make up My Dying Bed", "God Dont Never Change", e sua mais famosa e conhecida canção "Dark Was the Night-Cold Was the Ground".

É de concordância geral que Johnson nasceu numa pequena cidade ao sul de Waco, perto de Temple, Texas, por volta de 1902. Sua mãe morreu enquanto ele ainda era um bebê, o que levou seu pai à se casar novamente. Quando Johnson completou 7 anos, seu pai e sua madrasta brigaram. Tão grave foi a discussão que a madrasta jogou um balde de água quente, que em vez de atingir seu pai, atingiu seu rosto, deixando-o cego para sempre. Quando ficou mais velho, Johnson começou a ganhar dinheiro tocando seu violão, uma das poucas opções que um homem cego tinha na época. Através dos anos, Johnson tocou violão usando apetrechos que não eram comuns, como o canivete, em vez de palheta. Tocava sempre em D (ré), escolhendo notas simples e melódicas, enquanto usava seu slide na corda mais grave com seu polegar. Foi, todavia, conhecido por tocar num tom diferente e sem slide em muito poucas ocasiões. Mesmo tendo sucesso com sua técnica excepcional de blues e o som que emitia de seu violão, Johnson não queria ser considerado como um bluesman, uma vez que era religioso e acreditava fervorosamente na Bíblia. Começou então a cantar e interpretar o gospel.

Tornou-se um pastor batista e trouxe seus sermões e músicas às ruas das cidades vizinhas. Enquanto se apresentava em Dallas, conheceu Angeline e casou-se em 1927. Angeline somou ao repertório de Johnson os hinos do século XIX, e começaram a se apresentar por toda a parte de Dallas e Waco.

Em 3 de dezembro de 1927, a Columbia Records trouxe Blind Willie Johnson ao estúdio, onde gravou seis canções que se tornaram alguns dos seus primeiros sucessos: uma música sobre Sansão e Dalila chamada "If I Had My Way", "Mothers Children Have a Hard Time" (frequentemente entendida como "Motherless Children", ou seja, crianças sem mãe), "Its Nobodys Fault but Mine", "Jesus Make up My Dying Bed", "I Know His Blood Can Make Me Whole", e a sua canção mais aclamada, "Dark Was the Night-Cold Was the Ground", cujo tema se referia à cruxificação de Cristo. Após gravar estas canções, Johnson não retornou ao estúdio durante um ano inteiro. Na segunda visita, em 5 de dezembro de 1928, tocou com sua mulher Angeline, que fez o backing vocal.

Blind Willie Johnson era um dos melhores artistas em vendas, todavia, só voltou a gravar pela Columbia mais uma vez, em abril de 1930, depois disso nunca mais ouviu-se nada à seu respeito.

Apesar do fato de Johnson não ter gravado nenhum disco depois de 1930, ele continuou a se apresentar nas ruas do Texas durante os anos 30 e 40. Infelizmente, em 1947, sua casa incendiou-se totalmente. Contraiu pneumonia logo após o incidente e morreu nas cinzas de sua casa, aproximadamente uma semana depois que ela foi destruída.

Bessie Smith

Nascida: 15 de Abril de 1894 em Chattanooga, TN.
Falecida: 26 de Setembro de 1937 em Clarksdale, MS.

Primeira e maior cantora de blues e jazz e uma das mais poderosas de todos os tempos, Bessie Smith ganhou o título de "A imperatriz do blues". Mesmo em sua primeira gravação em 1923, sua voz passional superou a qualidade primitiva das gravações daquela época e continua sendo facilmente comunicável aos atuais ouvintes (o que não acontece com outro artista deste remoto período). Não havia competidores para ela.

Em 1912, Bessie Smith cantou no mesmo show que Ma Rainey, que lhe protegeu e treinou. Embora Rainey tivesse atingido uma grande margem de fama durante sua carreira, logo foi superada por sua protegida.

Em 1929 o blues estava fora de moda e a carreira de Bessie começou a declinar. Na época da grande depressão, Bessie gravou "Nobody Knows You When Youre Down and Out", mesmo sendo demitida pela Columbia em 1931, ela continuou seu trabalho. Morreu em um acidente de carro no Mississippi.

"A imperatriz do blues", baseado em seu trabalho, nunca deverá abdicar de seu trono.

Arthur "Big Boy" Crudup

Nascido em: 24 de agosto de 1905 em Forest, MS.
Falecido em 28 de março de 1974 em Nassawadox, VA.

Arthur Crudup podia ter perfeitamente sido o bluesman favorito de Elvis Presley. O rei do rock gravou não menos que três dos seus sucessos, como "Thats Alright Mama" (na primeira apresentação de Elvis em 1954), "So Glad Youre Mine" e "My Baby Left Me". Crudup não tinha o mesmo estilo que os outros músicos da época, pelo contrário, ele era um inovador apesar de só começar a tocar guitarra aos 30 anos de idade.
Por volta de 1940, Crudup chegou à Chicago. Eram tempos difíceis e ele tocava em troca de algumas gorgetas nas ruas, vivendo embaixo de um elevado de trem, quando o poderoso produtor da RCA/Bluebird, Lester Melrose deixou algumas moedas em seu chapéu. Melrose contratou Crudup para tocar em uma festa, em 1941, numa casa noturna em Tampass Red, onde vários artistas e intelectuais do meio costumavam ir, tais como: Big Bill Broonzy, Lonnie Johnson, Lil Green, entre outros. Uma platéia bem difícil de convencer e agradar, mas Crudup superou seu nervosismo com sucesso. Em setembro de 1941, ele se tornou um membro da RCA.

Permaneceu na RCA até 1954, encabeçando a lista de melhor disco da R&B. Sua vida foi marcada pela constante luta em se manter e em gravar bons discos. Finalmente, em meados dos anos 60, Crudup finalmente começou à ganhar dinheiro, tocando vários blues em festivais populares, para uma platéia que realmente apreciava seu trabalho. Infelizmente o sucesso foi interrompido em 1974 quando faleceu.

Amos Milburn

Nascido em: 1º de abril de 1927 em Houston, Texas.
Falecido em: 3 de janeiro de 1980 em Houston Texas.

O mestre do piano Boogie, Amos Milburn nasceu em Houston e faleceu 52 anos mais tarde. O autodidata fez sua fama em Houston antes de se juntar à Marinha Americana e presenciar grandes batalhas no mar durante a Segunda Guerra Mundial. Quando saiu da Marinha, Milburn tocou em vários clubes noturnos até encontrar a mulher cujos esforços o lançariam ao estrelato. Sua peristente empresária, Lola Anne Cullum levou até o quarto de hospital do chefe de Aladdin, uma famosa gravadora na época, um disco demo das obras de Milburn. Logo Milburn assinou contrato com a Aladdin em 1946. Seu primeiro trabalho incluía, entre outros, o famoso "Down the Road Apiece", um eminente presságio do crescimento do Rock & Roll. Porém, Milburn também foi capaz de cantar blues melosos, assim como baladas, sofrendo a influência de Charles Brown, que mais tarde viria a se juntar à este, sendo um dos seus melhores amigos e tocando frequentemente juntos nos night clubs. Seu primeiro hit nas paradas de sucesso, estourou em 1948 com seu clássico "Chicken Shack Boogie". Depois, com o sucesso de "Bad, Bad Whiskey" no pico das paradas em 1950, Milburn começava a "fase de alcoolismo", com "Thinking and Drinking", "Let Me Go Home Whiskey", "One Scotch, One Bourbon, One Beer". O alcoolismo foi degenerando sua vida, fazendo-o adoecer frequentemente.

Mesmo doente, ainda gravou alguns discos e fez algumas apresentações em shows até início dos anos 60. Mas nessa época, nada mais poderia salvá-lo, nem mesmo sua carreira e seus sucessos ao piano. Sua saúde se deteriorou a tal ponto que, após sofrer vários derrames, sua perna esquerda teve de ser amputada e sua mobilidade comprometida. Não muito depois, um dos grandes pioneiros na história do R&B estava morto.

Albert Collins

Nascido em: 3 de outubro de 1932 em Leona, Texas.
Faleceu em: 24 de novembro de 1993, em Las Vegas, Nevada.

Albert Collins morreu em 24 de novembro de 1993, de câncer no fígado. Foi considerada uma morte bem prematura uma vez que só tinha 61 anos de idade. Nasceu em outubro de 1932 em Leona, estado do Texas. Sua família mudou-se para Houston quando ele tinha sete anos. Albert começou bem cedo a se interessar pela música, já que sofria as influências de Johnny "Guitar" Watson como também de Johnny "Clyde" Copeland. Seu primeiro instrumento musical foi o teclado, onde praticava suas aulas. Quando completou 18 anos, mudou de instrumento e passou a tocar guitarra. Seus ídolos nessa época eram Clarence "Gatemouth" Brown, John Lee Hooker, T-Bone Walker e Lightnin Hopkins (seu primo), que tocavam nas boites dos arredores de Houston. Collins começou a se apresentar nestes clubes noturnos, em meados dos anos 50, sempre perseguindo seu estilo próprio, caracterizado pelo uso de tons menores. Foi nesta mesma época que começou suas "caminhadas" com sua guitarra, pelo meio do público, fato este que o tornou muito popular na época, principalmente entre o público jovem que o acolheu até meados dos anos 80. Criou também uma banda chamada The Rhythm Rockers.

Apesar de ter passado muito tempo sem gravar, Collins podia sentir a força do blues em meados dos anos 80, com o crescente interesse e ascenção de Stevie Ray Vaughan. SRV e os "Fabulous Thunderbirds", continuaram através dos anos 80 até meados dos anos 90. Infelizmente, Collins foi privado de acompanhar o ritmo de que tanto gostava.

Os Pais do Rock

Foram muitos os artistas que colaboraram, cada qual ao seu modo, para transformar o rock num verdadeiro fenômeno musical que resiste até hoje.

Fats Domino - Pianista desde os 9 anos, seu estilo misturava gospel, rythm & blues e baladas - ritmos que foram precursores do rock até bem antes dos anos 40.

Jerry Lee Lewis - Tocando vorazmente seu piano e atuando como um louco no palco,  também pode ser chamado de pai do rock'n'roll. Desprezando todos os preconceitos, foi um dos primeiros brancos (para não dizer "o" primeiro) a ser aceito num baile negro de rock e soube como ninguém misturar o ritmo negro com o estilo branco - a fórmula básica do estilo.

Chuck Berry - Grande guitarrista e performer, sem ele o rock seria capenga.

Carl Perkins - Foi um dos primeiros "guitar heroes" da história do rock. Seu estilo de tocar era certeiro e preciso, com fraseado cheio de elegância; sua música acelerada era uma mistura de country e pegadas de blues e seus discos eram sempre carregados de rockabilly.

Little Richard - Nascido em 1932, na Geórgia, notabilizou-se pela performance ao piano e pelos vocais em falsete.

Elvis Presley - Não poderia ficar de fora. Afinal, foi este caminhoneiro de Tupelo que misturou o country e o blues num andamento acelerado e apresentou o rock'n'roll para as multidões que deliravam com o gingado do rei.

Bill Haley e seus Cometas - Rock Around the Clock levou as multidões ao delírio e plantou uma das sementes do rock.

Arthur "Big Boy" Crudup - Na minha opinião, o verdadeiro pai do Rock and Roll. O bluesman favorito de Elvis Presley. O rei do rock gravou não menos que três dos seus sucessos, como "Thats Alright Mama" (na primeira apresentação de Elvis em 1954), "So Glad Youre Mine" e "My Baby Left Me". Crudup não tinha o mesmo estilo que os outros músicos da época, pelo contrário, ele era um inovador apesar de só começar a tocar guitarra aos 30 anos de idade.

domingo, 20 de abril de 2008

Rock 'n' roll e sua raiz africana

Apesar da ênfase radical no ritmo e na potência sonora do rock 'n' roll, o que foi algo genuinamente novo na época, sua força rítmica, na verdade, não passa de flagrante herança de sua raiz africana - veio dos cantos que os negros escravos entoavam para aliviar o trabalho pesado e das canções religiosas, as chamadas negro spirituals, que deram origem ao blues, ao jazz e posteriormente ao rock.

Este deve ao blues seu compasso quatro-por-quatro com o contratempo típico: ênfase em batidas normalmente mais fracas. Na harmonia e na métrica, o rock também deve todo seu mérito ao blues, cada estrofe compõe um bloco de 12 compassos, usando apenas três acordes básicos, os de primeiro, de quarto e quinto graus.

Tanto no blues quanto no rock, esses acordes costumam ser tocados juntos com uma nota chamada "sétima bemolizada." Por fim, o rock'n'roll também usa e abusa de outros ingredientes presentes no blues, como o uso de um tipo de fraseado musical chamado riff - uma seqüência de notas.

Depois de tanta linguagem técnica musical, apostamos que, como leigo, pelo menos de riff você já deve ter ouvido falar. São aquelas frases musicais usadas principalmente por guitarristas famosos como: Eric Clapton, Santana, Ritchie Blackmore, Christopher Cross e muitos outros.

A Woop-Bop-A-Loo-Bop-Wap-Bam-Boom

O estranho dialeto de Little Richard

Seria o excêntrico roqueiro, um alienígena infiltrado entre nós? Apesar de seu comportamento exótico colaborar para tal suposição, não. A frase esquisita proferida por Richard, na verdade teve outra origem.

No começo da carreira, no fim dos anos 40, quando não conseguia se sustentar só com apresentações esparsas, o cantor e pianista trabalhava lavando pratos na lanchonete da rodoviária de sua cidade, Macon, na Geórgia. O racismo vigorava em grau máximo naquela época e seu patrão, um homem branco, o tratava muito mal, xingando-o com freqüência.

Em resposta, o então futuro ídolo do rock inventou um código para responder à falta de respeito. Cantava, gritando: "a woop-bop-a-loop-bop-a-wap-bam-boom", que não significava absolutamente nada e só servia para liberar a raiva. Um desabafo!

Fatos curiosos sobre Elvis

- O menino Elvis Aaron Presley fez sua primeira aparição pública em um concurso no Mississipi quando tinha 10 anos de idade. Ele cantou uma música chamada 'Old Shep' e tirou o segundo lugar.

- Em 1957, foi levado a um hospital de Los Angeles com urgência por ter se engasgado com a obturação de um dos dentes. A porcelana teve que ser retirada de um de seus pulmões, e não causou maiores danos.

- Certa vez, um metalúrgico deu um soco em Elvis, alegando que o amor de sua mulher pelo ídolo causou o fim de seu casamento. Após ser preso, o acusado não teve dinheiro para pagar a fiança de cerca de 20 dólares e permaneceu na cadeia.

- Em 1957, Elvis comprou a mansão Graceland, em Menphis. A propriedade custou cerca de 100 mil dólares e pertencia à Igreja Cristã de Graceland.

- Em 1988, a faixa "Hound Dog" foi considerada a música mais tocada de todos os tempos em jukeboxes.

- Elvis foi o primeiro músico do rock 'n'roll a ser homenageado com um selo postal.

Canal Elvis Blues - ESTB

Elvis Sings The Gospel

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"O Blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal"

“Muitas pessoas se perguntam ‘O que é o blues?’ Eu escuto muita gente falando ‘O blues.. O blues…’ Mas eu vou vos dizer o que o blues é. Quando você não tem dinheiro, você tem o blues. Quando você não tem dinheiro para pagar o aluguel de sua casa, você ainda tem o blues. Muitas pessoas saem falando ‘Eu não gosto de blues’ mas quando você não tem dinheiro, não pode pagar o aluguel de sua casa e não pode comprar comida, você com certeza tem o blues. Se você não tem dinheiro, você tem o blues, porque pensa maldosamente. Isso mesmo. Toda vez que você pensa maldosamente, você está pensando no blues." Howling Wolf

"As pessoas costumam me perguntar onde surgiu o Blues, e tudo o que posso dizer é que quando eu era rapaz, sempre estávamos cantando nos campos. Na verdade não cantávamos, você sabe, gritávamos, mas inventamos as nossas canções sobre coisas que estavam acontecendo conosco naquele momento e acho que foi assim que começou o Blues." Son House

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